O filme Tempos Modernos
pode ser considerado como instrumento de protesto contra o mundo capitalista:
“Tempos Modernos. Uma história sobre a indústria, a iniciativa privada e a cruzada
da humanidade em busca da felicidade.” (CHAPLIN, 1936). A frase faz alusão à
realidade vivenciada pela sociedade norte-americana após a crise da “Grande
Depressão”, em 1929, que originou a quebra da bolsa de Nova Iorque.
Dentre as consequências
advindas desta época, a população sofreu grande impacto devido ao número
crescente de desemprego, queda nos preços dos produtos, fechamento de
indústrias, exploração da classe operária, fome, doenças e desnutrição, superpopulação,
etc. O filme retrata este momento com cenas impactantes de falta de esperança e
desespero pela sobrevivência, com o fechamento das fábricas, as greves e a
situação de miséria relatada na família, em que se vê obrigada a entregar os
três filhos ao governo, por falta de condições de subsistência.
Outro fator importante
para a historicidade do filme é a Revolução Industrial, que teve como maior
consequência a substituição do homem pela máquina, em que o homem passa a
assumir o papel de agente de direção das máquinas. Tal transformação foi expressamente
retratada no filme pelo personagem Chaplin, que
tenta sobreviver em um mundo confuso, moderno e industrializado, que tinha
como objetivos principais: a maior produção de mercadorias, rapidez e agilidade
no processo, redução de gastos e contratação de mão-de-obra barata. Entretanto,
a finalidade em aumentar a produtividade das
organizações enfoca apenas a realização das tarefas de forma rápida e
eficiente, esquecendo-se das limitações físicas e psicológicas do ser humano,
acarretando em consequências graves como a intensificação do trabalho do
operário, tornando desnecessária a sua qualificação e provocando no mesmo,
lesões por realizar uma única tarefa repetidamente.