"Eu acredito em minhas possibilidades e potencialidades. Eu faço a minha existência aqui e agora." [Ana Carolina]

domingo, 7 de abril de 2013

Gestalt-Terapia


Gestalt-Terapia é uma abordagem psicoterapêutica fundada na década de 1940 por Fritz Perls e Laura Perls, que tem como base teórica, fundamentação na Fenomenologia, no Existencialismo e na Teoria do Campo, orientando e conduzindo um modo característico e diferenciado de atuação.
Yontef (1998) aponta que “ela ensina a terapeutas e pacientes o método fenomenológico de awareness, no qual perceber, sentir e atuar são diferenciados de interpretar e modificar atitudes preexistentes” (p.15). Assim, não se busca explicações e interpretações, pois estes não são mais importantes do que aquilo que é percebido e sentido. Desse modo, devemos esquecer o porquê das coisas, e enfatizar o “como”, o “para que” e “o que”, pois estes termos dão possibilidade de ressignificação.
O encontro terapêutico ocorre no diálogo. O vínculo estabelecido entre terapeuta e cliente é de suma importância, pois a partir dele, o acolhimento dá suporte ao diálogo: o sujeito fala sobre a dor que está sentindo e nós ouvimos sobre esta dor sentida. O relacionamento estabelecido entre ambos permite que o cliente revele seus conflitos, tristezas, expectativas, isto é, seu mundo interno e restaure conexões que foram se perdendo ao longo da vida, com o objetivo de tornar os clientes conscientes do que e como estão fazendo, bem como de transformarem-se, aprendendo a se aceitarem e valorizarem exatamente como são: dotados de possibilidades e potencialidades para ser e existir no mundo.
Como pressuposto teórico, a Gestalt-Terapia utiliza a perspectiva fenomenológica que oferece ao terapeuta uma instrumentalização na exploração do mundo inter e intrapsíquico do cliente. Em outras palavras, a Fenomenologia enquanto um estudo do ser que nos permite ver, observar e discutir sobre a pureza do fenômeno, aquilo que se mostra. Este é o ponto de partida para o trabalho terapêutico que resume a ideia de um foco, algo que se constitua como figura e que nos permite caminhar em direção à totalidade.
O objetivo da exploração fenomenológica da Gestalt é awareness, isto é, dar-se conta, ter consciência, “de uma maneira tal que as realidades significativas ficam aparentes” (p. 16).
Por outro lado, a Gestalt também se baseia na perspectiva da Teoria de Campo, em que o campo é um todo, no qual as partes estão em relacionamento. Essa totalidade inclui pessoa e meio, variáveis psicológicas e não psicológicas; e estes elementos se influenciam e estão dinamicamente inter-relacionados.
Assim, a Gestalt-Terapia se fundamenta em um conceito de mundo e pessoa que busca compreender o ser humano enquanto imerso no imediato de sua experiência, desvelando, aqui e agora, o vivido em sua plenitude, na sua relação com o outro e com o mundo. Desse modo, podemos inferir que a Psicoterapia da Gestalt é a maneira como a pessoa lida com o mundo, ressignificando-o a partir de suas possibilidades.
A Gestalt-Terapia está centrada na experiência imediata da pessoa, fazendo uma hermenêutica experiencial e existencial, fazendo um processo de saúde acontecer. O encontro terapêutico ocorre no aqui e agora, isto é, no espaço e tempo da relação. Vale ressaltar que o tempo não é matemático, mas configura-se como um tempo vivido, com o interesse em ajudar o cliente a identificar e trabalhar suas ansiedades e bloqueios atuais, ao invés de perguntar onde e quando seu desenvolvimento poderia ter ocorrido na infância.
É a partir destes pressupostos teóricos que a Gestalt-Terapia se fundamenta como prática de atuação. São conceitos que consideram o ser humano como alguém capaz de mudar seu caminho a partir de suas potencialidades, valorizando a si mesmo. Ao buscarmos o equilíbrio, deparamo-nos com questionamentos sem respostas e sem sentido, desvelando nossas máscaras e a incompletude de nosso ser. A função da terapia é permitir que a pessoa se movimente, saia do lugar em que ficou estagnada, buscando reaprender a ver e ler a si mesmo de um modo diferente a cada momento vivido, redefinindo e abrindo-se para um novo horizonte. Não devemos esquecer que a terapia não cura, mas proporciona recursos para que o cliente perceba a si mesmo e busque o equilíbrio.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

YONTEF, G. M. Gestalt-Terapia In.: Processo, Diálogo e Awareness: Ensaios em Gestalt-Terapia. São Paulo: Summus Editorial, 1998. Cap. 1, pp. 15-67.

Imagem: http://www.portalemfoco.com.br/artigos.php?pag=artigo&artigoid=47

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