
AUTORA DO TEXTO: Ana Carolina Lima da Silva.
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O filme causa discussões relevantes como o diagnóstico e suas possíveis
consequências, isto é, os efeitos que um diagnóstico pode causar no sujeito em
questão, bem como em seu contexto social. Assim, por diversas vezes, os
sintomas apresentados por Phoebe, causa-nos hipóteses de diversas doenças ou
transtornos. De fato, o filme revela a grande sintomatologia de Phoebe: Síndrome Gilles de la Tourette, uma
doença pouco comum no Brasil e que pode acarretar na falta de informações
necessárias para um bom diagnóstico, principalmente porque esta doença
assemelha-se a outras comumente estudadas e discutidas em diversos países.
Desse modo, percebe-se a necessidade de um diagnóstico diferencial, no sentido
de uma pesquisa aprofundada, baseada na construção de um vínculo terapêutico a
fim de perceber as necessidades, angústias, medos etc, que o sujeito traz e que
o causam sintomas e comportamentos muitas vezes incompreendidos pelo contexto
familiar e/ou escolar em que está inserido.
Assim, é necessário
discutir algumas relações retratadas no filme, como a dinâmica familiar. O
casal, pais de Phoebe, apresenta uma relação instável, pois a mãe encontra-se
encarregada de cuidar da casa, bem como de suas duas filhas, Phoebe e Olívia, o
que a deixa frustrada; pois ela tem interesse em concluir seu livro sobre Alice
no país das maravilhas; porém vê-se impossibilitada de fazê-lo. Enquanto isso,
o pai dedica-se exclusivamente a conclusão e publicação de seu livro,
apresentando-se apenas como provedor financeiro da casa e deixando sua responsabilidade
de cuidador e sua participação efetiva nas tarefas escolares e no cotidiano das
garotas, unicamente à mãe. Essa relação “distanciada” gerou dificuldades de
relacionamento entre o casal e consequentes discussões desarmoniosas entre os
mesmos.